domingo, 29 de novembro de 2009

Comeces empenhando-te em entender a ficção, que (quase sempre) tem sentido. E logo entenderás a vida,que (quase nunca) tem sentido.

sábado, 28 de novembro de 2009

Bem-aventurados os homens comuns!
Que têm apenas de conviver com o tolo e vão medo da morte que é inerente à sua condição ordinária.
Infelizes são os poetas!
Que convivem diariamente com um medo infinitamente pior: o de perderem seus versos, e junto com eles, a capacidade de enxergar a beleza onde ela aparentemente não está, tornando sua existência como poeira na corrente do tempo.
Pois assim como um eletrodoméstico obsoleto é jogado fora sem o menor remorso por seu dono,é um poeta sem sua habilidade com as palavras, sendo facilmente sucumbido pelo implacável curso da história.
Pobres poetas!
Obrigados a conviver constantemente com a falta de inspiração, que lhes proporciona a mais desesperadora de todas as sensações: a de estar enterrado vivo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009


QUE MERDA DE POEMA!
Eis que este é o futuro do alimento por ti ingerido:
Algo espesso, pastoso, escuro e fedido,
Que além de ser adubo, não tem outra serventia.
Por favor, depois do almoço não ler esta poesia.
Pois não vou falar de rosas.
Sei que todo mundo gosta.
Mas estou escatológico.
Quero falar de BOSTA.
Bem sei eu que falar disso causa certo mal-estar.
Porém há muita beleza no momento do cagar,
Uma vez que esse momento dá-nos uma paz profunda.
Como se nossos problemas nos saíssem pela bunda
Pra nos deixar no final maravilhosamente leves.
Pena que as evacuadas muitas vezes são tão breves.

A INFINITA SABEDORIA FELINA.
Como alguém pode associar sua imagem ao azar só por ser negra a cor de seus pêlos, se eu sei que por debaixo deles, esconde-se a mais sincera, incondicional e desinteressada amizade que alguém pode desejar?
Como pode uma pessoa irritar-se com seus miados, uma vez que eles, ao contrário das palavras proferidas por muitos que se consideram racionais, não magoam nem ofendem ninguém?
Como pode sua presença incomodar, se tudo que pede com seus tristes olhos amarelos, é um pouco de água, carinho e ração?
Maggie, minha querida, se eu te perguntasse se nós homens, somos mais humanos que você, me responderia, na sua infinita sabedoria, com um MIAU, que ironicamente se parece com a palavra NÃO.
SONETO ANTI-CARNE
Ó vil, execrável e amaldiçoado alimento,
Símbolo do conhecido egoísmo humano
Que exala morte, dor e sofrimento,
Comprovando quanto somos levianos...

Respeitando apenas nossos "sentimentos"
E nosso apetite pérfido e tirano
Sem ter empatia ou compadecimento
Nutrimos por carne um desejo insano

E esse desejo nos faz assassinos
Matando e matando compulsivamente
Bovinos, suínos

Tão covardemente
Somos assassinos
Decididamente.