sábado, 28 de novembro de 2009

Bem-aventurados os homens comuns!
Que têm apenas de conviver com o tolo e vão medo da morte que é inerente à sua condição ordinária.
Infelizes são os poetas!
Que convivem diariamente com um medo infinitamente pior: o de perderem seus versos, e junto com eles, a capacidade de enxergar a beleza onde ela aparentemente não está, tornando sua existência como poeira na corrente do tempo.
Pois assim como um eletrodoméstico obsoleto é jogado fora sem o menor remorso por seu dono,é um poeta sem sua habilidade com as palavras, sendo facilmente sucumbido pelo implacável curso da história.
Pobres poetas!
Obrigados a conviver constantemente com a falta de inspiração, que lhes proporciona a mais desesperadora de todas as sensações: a de estar enterrado vivo.

Nenhum comentário: