domingo, 3 de janeiro de 2010

A CINTILANTE LUZ DA POESIA
O poeta é um bruxo, que faz do papel, seu caldeirão, da caneta, sua colher de pau e das palavras, os ingredientes que usa para preparar suas ‘poções mágicas’ que têm o poder de aguçar a visão daqueles que as ingerem. Fazendo com que enxerguem beleza naquilo que aparentemente não possui viço algum.
Tais ‘poções’ se tomadas em doses homeopáticas, surtem um efeito mágico, porém efêmero. Contudo, se bebidas em quantidades cavalares, são capazes de abrir completamente os olhos de alguém, dando-lhe a capacidade de observar nitidamente a cintilante luz da poesia!
E aqueles que são capazes de vislumbrar essa luz, serão, enquanto viverem, iluminados por ela e jamais verão suas vidas mergulhadas na sufocante escuridão que provém da falta de sensibilidade.
O PERFUME DA FELICIDADE
O insuportável odor da desesperança penetrou novamente em meu espírito, impregnando tudo aquilo que faço de um asqueroso pessimismo, e nem que eu tome mil banhos por dia ou que me encharque de perfume, tal cheiro se afasta de minhas idéias.
Mas tenho certeza de que um dia o tempo, que é a chuva que lava a sujeira que a vida faz nos corações, me trará a sensação impoluta de que tudo vai melhorar, então estarei limpo, limpo da poeira que a dor, o medo, a tristeza, a raiva e a amargura causaram em mim. Limpo como preciso estar para mergulhar nas plácidas e transparentes águas da
FELICIDADE!
Pois mesmo que tal aroma de pensamentos e emoções negativas esteja tomando conta de mim agora, sei que sou perfeitamente capaz de abafá-lo com a inebriante essência que emana da fé que tenho em mim mesmo.
TENTAIVA DE RESSURREIÇÃO DE UM POETA
O poeta morreu.
E deu lugar a um homem comum.
Do poeta resta apenas uma saudade, amarga e lancinante.
E ao homem, os afazeres insípidos que tangem aos meros mortais.
Não fosse a lembrança do poeta, a vida do homem seria ainda mais incolor.
Pois essa lembrança traz a ele, ao menos a cor da tristeza, que embora feia, pode, ainda que custosamente, mesclar-se a cores mais belas e transformar-se na fosforescente cor da esperança, e assim, dar ao poeta, a chance (mesmo que remota) de ressuscitar e colorir outra vez com toda a emoção que traz dentro de si, a vida de todos à sua volta.