sábado, 28 de fevereiro de 2009

Quero soltar os nós da gravata
Pois tais nós simbolizam para mim repressão.
Solta-los para mim seria libertação.
Seria a prova de que sou dono de mim e de meu destino.
De que sou homem e não mais menino.
E de que meu mundo vai muito além de que quatro paredes.
Pois tenho sede.
Sede de beber a vida num gole só.
Como uma bebida gelada, que revigora a alma.
Pois já ultrapassei o tênue limite entre pasmaceira e calma.
Quero soltar os nós da gravata.
Libertando-me dessa vida insuportavelmente chata.
Este nó é para mim uma prisão mais cruel e dolorosa do que mil correntes.
Pois me impede de ser quem sou e de dizer o que penso realmente.
Quero respirar ares de liberdade.
Mostrando ao mundo minha verdadeira identidade.
Pois tenho uma incontrolável sede.
Sede de viver a vida de forma plena.
Fazendo cada minuto valer a pena.
Quero soltar os nós da gravata.
Pois sufocam-me.
Representando os grilhões do excesso de proteção.
Que embora não pareça, é também uma forma de repressão.
Quero ser livre.
Livre para poder gritar.
Para poder a todos, minhas verdadeiras opiniões expressar.
Pois sofro de uma doença.
Uma doença que embora não pareça, é mortífera.
Tanto que a ciência, não encontrou para tal doença remédio.
Por isso estou sendo assolado diariamente pelo irremediável mal do tédio.
Quero soltar os nós da gravata e ser livre para viver as emoções de mil anos em um só dia.
Pois prefiro morrer com emoção a viver com monotonia.

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